As flores que deixamos no caminho
Quando vi a foto dessa bela árvore, me veio logo a vontade de escrever.
A cerejeira, considerada a árvore símbolo do Japão. Tem por tradição fazer piquenique em baixo da árvore da cerejeira, o que via de regra, são momentos agradáveis.
Lembrei-me também, da bela cena do filme Mulan, onde o pai sentado à sombra de uma bela cerejeira espera por sua filha.
Quantas lembranças vieram só ao ver uma foto!
Uma árvore frondosa, acolhedora, caule forte, galhos longos com muitas ramificações, terminando com belas, suaves e delicadas flores que chegam a tocar o chão.
Imagino, que para sustentar tamanha árvore seria necessário raízes fortes, profundas, bem fincadas na terra.
Olho aquele tronco forte imagino quantas pessoas ali se recostaram. Quem sabe, para desabafar suas dores, para chorar suas mágoas. Ou histórias de alegria, de superação. Casais enamorados trocaram juras de amor e tiveram a bela árvore como testemunha. Quem sabe, apenas para se abrigar do sol quente. Talvez, apenas tirar um cochilo na sombra agradável. Quais histórias aquela árvore ouviu?
Galhos longos com muitas ramificações permitindo nascer muitas flores.
E as flores, de formato delicado com nuance de cor-de-rosa escuro até a tonalidade mais clara, quase branco. Um regalo para os olhos!
Natureza exuberante!
E, continuo a olhar a foto da bela cerejeira, logo faço uma comparação com as pessoas, com a vida.
Nessa breve reflexão me pergunto que tipo de árvore nos tornamos ao longo da vida.
De que forma cuidamos do nosso equilíbrio, tão necessário, para enfrentarmos as intempéries da vida. Damos atenção à nossa saúde física, a saúde emocional, a saúde espiritual? Suas raízes estão fincadas em terra firme? Cuidando de si, melhor cuidamos dos outros.
Permitimos que amigos, parentes, familiares se sentem à nossa sombra e compartilhe suas dores, suas dúvidas, suas alegrias, seus projetos de vida? Fazemos uma escuta acolhedora?
Quantas pessoas abraçamos? Braços acolhedores, abraço terno, que não precisa de palavras. Apenas o contato de coração com coração.
Imagino que as flores sejam as nossas palavras de aconselhamento, de orientação ou talvez, simplesmente, um sorriso seja o suficiente. Tornamos a vida de alguém mais leve com nossas flores?
Tudo que vi nessa bela árvore, reflito sobre meu papel na vida. De que forma participo ou influencio na vida de minha família, parentes, amigos, colegas de trabalho, enfim na vida das pessoas que de alguma forma cruzam meu caminho.
Então! Que flores deixamos no caminho?
Eliane de Holanda